Mulher muda de sexo, vira pastor e assume a liderança de igreja evangélica

Mulher muda de sexo, vira pastor e assume a liderança de igreja evangélicaMalcolm Himschoot conhece bem o que significa falar sobre “transformação profunda”, ideia apregoada por muitas igrejas.
Nascido com o sexo feminino e com o nome Miriam, Himschoot escolheu aos 21 anos de idade tornar-se alguém do sexo masculino. Queria servir a Deus, mas temia acabar sozinho, desempregado e abandonado por outros cristãos. Para ele, fazer a mudança de sexo foi um salto de fé.
Hoje, aos 33 anos, está casado e é pai de gêmeos de 3 anos. Assumiu como pastor da igreja protestante liberal United Church of Christ, no estado americano do Colorado.
“Estou vivendo uma vida melhor do que poderia sonhar”, afirma Himschoot.
No dia de sua posse, ouviu Pam Thompson, uma das fundadoras da igreja criada há três anos, dizer: “Neste dia, celebramos a Deus fazendo uma coisa nova. Vamos nos unir em ousadia e humildade genuína”.
O lema dessa denominação liberal é: “Acolhemos a todos que acolhem os outros”. A congregação que o pastor Malcolm Himschoot assumiu tem cerca de 60 membros e afirmar estar em constante crescimento, recebendo como membros homens, mulheres, gays, lésbicas, bissexuais e trangêneros.
“O que eu tenho os atrai, e que eles têm atrai o meu potencial”, disse Himschoot. Diaconisa da igreja, Karen Kepner concorda e afirma que onovo líder espiritual parece capaz de se relacionar bem com todos.
“Nós o escolhemos porque ele era o que melhor se ajustava ao que nossa igreja queria”, disse Kepner .“Nós o escolhemos especificamente por ser um transexual. Ele é jovem. Podíamos pagar seu salário. Essa é sua primeira igreja. É uma grande oportunidade para todos nós.”
Himschoot formou-se na Iliff School of Theology, em Denver e diz que sua opção sexual não norteia o seu trabalho pastoral. Afirma não ser um militante, nem deseja ofender os outros. No entanto, durante algum tempo, reivindicar sua identidade de gênero era uma questão de vida ou morte.
Ele cresceu em uma família cristã, acostumado a frequentar cultos e reuniões, aprendendo desde cedo que a homossexualidade era algo simplesmente horrível.
No entanto, tinha dois irmãos e sempre se sentiu como “o terceiro irmão,” não como a menina da casa. Por isso sentia-se intimidado pelo que ouvia dos púlpitos. Decidiu sair de casa aos 18 anos. Formou-se em jornalismo no Amherst College, de Massachusetts. Trabalhou em jornais de cidades pequenas por vários anos, mas de tempos em tempos enfrentava crises pessoais.
Após trabalhar como voluntário ajudando órfãos na Guatemala, percebeu que queria ser pastor. Seus pais ficaram arrasados quando lhes contou sobre o que ele acreditava ser verdadeira identidade. Eles não aceitaram sua decisão de mudar de sexo, mas permitiram que continuasse usando o sobrenome da família.
Em 2000 matriculou-se no Seminário Iliff. Durante o segundo ano, fez a transição de mulher para homem, passando a assinar Malcolm. Sua jornada virou inclusive um documentário premiado em 2004, chamado Call Me Malcolm, produzido pela Filmworks e United Church of Christ.
Logo em seguida foi ordenado e no ano seguinte casou-se com Mariah Hayden. Ela era sua amiga de infância e conhecia a sua história.
Trabalhou como pastor auxiliar em ministérios nas cidades de Denver e Minneapolis. Agora assume como pastor principal numa cidade conhecida por ser conservadora. Ele disse que há outros transgêneros servindo em ministérios na área de Denver.
Himschoot afirma esperar que sua igreja seja um farol, não um pára-raios. Diz estar pronto para lutar com o que a Bíblia diz sobre o sexo, assim como Jacó teve que lutar com um anjo. Ele lutará por sua fé. ”Quando você luta por um mundo mais justo, tem um profundo encontro com o Espírito de Deus [...] Alguns ficam perturbados ao conviver com as pessoas não se encaixam no seu modelo, contudo não existem modelos que funcionam para todas as pessoas. Jesus não se encaixava no padrão de seus dias.”
Fonte: Pavablog

Gospel+ pergunta: Até onde o casal cristão pode ir na cama? Sex Shop, fantasias sexuais, fetiches, Deus e pecado

Gospel+ pergunta: Até onde o casal cristão pode ir na cama? Sex Shop, fantasias sexuais, fetiches, Deus e pecadoAbrindo os comentários para um debate, o Gospel+ quer saber: O que o casal pode fazer na cama? Até onde pode ir? O que é pecado e o que não é? O assunto é tabu nas igrejas e muitos preferem não falar sobre para evitar polêmicas, mas acabe deixando o povo de Deus sem informações.
Abaixo você confere uma matéria do site Guia-me com Ariovaldo Jr. e o Pastor Cláudio Duarte, do ministério Casados para Sempre, falando sobre alguns tabus da sexualidade cristã:
A própria Bíblia está cheia de orientações sobre comportamento afetivo e sexual entre casais. O apóstolo Paulo enfatizou que homem e mulher devem sempre manter um acordo sobre suas relações sexuais a fim de evitar tentações (1 Cor 7:5). Diante de tantas pressões, o escritor do maior número de cartas do Novo Testamento sintetizou muito bem: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convém. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por elas” (1 Cor 6:12). Assim sendo, o que seria lícito ou não para um casal cristão nos momentos de intimidade?
Sais de banho e óleos afrodisíacos, vibradores, cintas de couro masculinas e femininas, massageadores, elementos de sadomasoquismo e fantasias, alongadores penianos, próteses, roupas íntimas comestíveis para homem e mulheres, géis, pomadas, “lingeries” e toda sorte de produtos estimulantes para uma relação sexual são encontrados em “sexshops”, com preços que estão longe de serem prazerosos, elas aguçam a curiosidade de muitos. É o caso de Lídia Gomes (nome fictício). Evangélica desde criança e casada recentemente, ela não vê qualquer tipo de problema em freqüentar uma dessas lojas. “Muitos produtos que existem ali eu não gosto, mas não vejo problema em utilizar alguns para satisfazer os desejos em comum com meu marido”, admitiu.
Para o jovem pastor, Ariovaldo JR, os pastores preferem fugir destes questionamentos porque encontra no legalismo o caminho mais fácil para evitar a polêmica. “É estranho isso, mas nossa cultura cristã preferiu demonizar alguns lugares. Da mesma maneira que uma video-locadora possui filmes convencionais e filmes pornográficos, um sexshop embora possua acessórios cujo uso seja degradante de alguma maneira, este também pode servir como auxílio para o exercício de uma sexualidade prazerosa e dentro dos parâmetros bíblicos. Cristãos frequentando sexshops devem apenas saber o limite do que convém. Fora isso, não há regras” diz.
Segundo Ariovaldo Jr, a bíblia impõe “limites” na questão da relação sexual do casal. “Sim! Há limites. Mas até o conceito de “relação sexual” está deturpado em nosso julgamento. Toda interação entre pessoas é necessariamente sexual. Por isso não podemos sufocar a sexualidade dos jovens, mas devemos ajudá-los a compreender que ser homem não é penetrar uma garota com seu pênis, mas agir/pensar/influenciar/amar como homem “de verdade”. E as garotas igualmente perceberão que não é via penetração ou sendo “apalpadas” que estarão exercendo sua sexualidade. Mas sendo mulheres no sentido mais amplo da palavra. Olhando as coisas desta maneira, percebe-se que o exercício da sexualidade não está ligado apenas ao ato sexual com penetração, mas a todas as relações do dia a dia. Afirmo que o “limite” para as relações é o céu. Isto significa na prática que, havendo consentimento, havendo amor, havendo empatia, havendo confiança… se Deus é glorificado e toda a Trindade faz questão de assistir o que acontece entre as quatro paredes, então este é o sexo válido! O melhor sexo é aquele onde Deus está presente como expectador, alegre por dizer “estes são os meus filhos, a excelência da minha criação!”explica.
A Fantasia sexual na Bíblia – Outro assunto em pauta na vida dos casais cristãos é a fantasia sexual. Presentes no imaginário dos homens e mulheres, as fantasias sexuais envolvem os cinco sentidos: o olfato, a visão, o tato, o paladar e a audição e aumentam o prazer sexual, pois induz à excitação e em alguns casos faz com que o ambiente sexual do casal se torne divertido, além de proporcionar ao casal uma variação nas relações sexuais, as fantasias sexuais são excitantes porque ativam o hipotálamo, estimulando o desejo sexual, além de proporcionar euforia e bem-estar.
Embora a Bíblia seja a carta de amor de Deus ao homem, nela encontramos vários textos que ressaltam a beleza do sexo na vida de um homem e de uma mulher. O livro de Cantares de Salomão, por exemplo, é um livro que descreve a beleza da sexualidade entre um homem e uma mulher. Na relação daquele casal havia espaço para as fantasias sexuais envolvendo o olfato (Ct 4.10), as carícias (7.3) e lugares diferentes (7.12,13, o ponto crítico das fantasias sexuais dentro de um relacionamento cristão acontece quando se desenvolvem pensamentos que não são permitidos perante Deus e seus princípios.
Para o pastor e fundador do ministério Casados para Sempre, Cláudio Duarte, as fantasias sexuais são permitidas desde que usadas com equilíbrio. “Acho que não tem problema nenhum a mulher ou o marido se caracterizar com alguma roupa para agradar o parceiro e dar “aquela apimentada”. O que não pode é o corpo deixar de ser o centro do desejo.”
Fazendo coro com Cláudio, Ariovaldo JR, também não vê problemas em nas fantasias sexuais desde que usadas de forma coerente e em comum acordo com seu parceiro “ Podemos celebrar fantasias em conjunto (os dois juntos) em que o outro é valorizado ao invés de ser substituído. O pecado se manifesta nas relações quando há o interesse de uma das partes em satisfazer seu próprio desejo. Isto é oposto do propósito de Deus para o homem e a mulher. E é também o que alimenta nas pessoas vícios sexuais que são danosos, como por exemplo o consumo de pornografia. Mas ainda bem que não precisamos viver aprisionados nestas mentiras, pois tudo que Deus criou para nós é perfeito. Quem sabe colocando “detalhes” e dúvidas sobre este assunto em nossas orações, possamos aprender mais sobre a excelência do relacionamento criado por Deus. Sem pudores. E lembrando que para Deus, estamos nus o tempo todo” finaliza.

Igrejas Evangélicas e Católicas fazem campanha pelo “Namoro Santo”

anos, ela já teve vários relacionamentos. Alguns duraram meses, outros, uma noite. Depois de muito investimento emocional em relações fadadas ao fracasso, ela decidiu fazer sexo só casada.Visite: Gospel +, Noticias Gospel, Videos Gospel, Musica Gospel
- A mulher sempre coloca um peso emocional enorme na possibilidade de um relacionamento para valer, o homem não.
Autora de “Por que os homens amam as mulheres poderosas?”, Sherry Argov afirma que a dificuldade valoriza o produto. “Quanto tempo você deve esperar antes de transar? O máximo que puder” – recomenda a best-seller americana.
Missionária da comunidade católica Canção Nova, Myrian Rios segue à risca essa recomendação. Há oito anos sem namorar, ela é uma das adeptas do namoro santo, ou seja, sexo agora só depois do casamento. Mas o que significa exatamente namoro santo?
- É quando a gente se sente atraído por alguém e começa a conhecer, sair junto, ter uma convivência saudável – explica Myrian. – Assim, o primeiro beijo acontece, o primeiro abraço… Mas o namoro santo não inclui a relação sexual. Muita gente me pergunta “E se deixar para depois do casamento e for ruim?”. Respondo uma coisa que aprendi na minha experiência como mulher: o beijo diz tudo. Se ele for bom, se bater aquela vontade de encontrar novamente… Então o sexo será maravilhoso.
Myrian lamenta que muitas mulheres insistam no relacionamento, mesmo quando o beijo não é bom.
- É muito difícil o sexo ser bom se o beijo não é – diz Myrian, que não impõe sua visão aos filhos Edmar, de 14 anos, e Pedro, de 9. – Edmar ainda não namorou, mas observa o comportamento dos amigos e diz que eles estão muito apressados. Outro dia, ele contou que foi à festa de uma colega e ela organizou uma fila para que todos os meninos a beijassem na boca. Depois, todos ficaram falando mal dela. Eu disse que não achava aquilo bom, nem por parte da menina, nem dos meninos. E ele concordou comigo. Não sei se meus filhos vão adotar o namoro santo, mas com certeza respeitarão as mulheres.
O sexo liberado dos anos 60 se exauriu, diz o psicólogo Sócrates Nolasco. Para ele, o sexo não é mais suficiente para manter uma relação.
- Hoje, se faz sexo sem culpa e com bastante facilidade, mas parece que não tem sido suficiente. Sexo fast food ou delivery viraram mercadorias consumidas por pessoas-objetos. E quando as pessoas se tornam objetos, nada dará certo mesmo. Tentar um retorno ao tradicional pode ser um recurso para saber se somos mais do que genitálias excitadas. Se o encontro não vale a pena, o sexo pode valer, mas tem data de validade.
O empresário Josvander Ferreira da Rocha, de 33 anos, concorda. Evangélico há 11 anos, quando entrou na igreja adotou seus princípios, entre eles o namoro santo.
- Não sou mais virgem e sei que não é fácil adotar essa postura. Mas abrir mão do sexo não é difícil só para os homens, para as mulheres também é.
Suzana, funcionária pública, namora há um ano um rapaz adepto do namoro santo radical e, durante todo esse tempo, ele não lhe deu um mísero beijo. E quando ela perguntou o motivo, ele respondeu apenas: “Não beijo porque esquenta lá embaixo”.
Como canta Rita Lee, amor sem sexo é amizade. A brincadeira é da psicanalista Ana Claudia Vaz. Ela diz que existe sempre um mal-entendido entre os sexos.
- Seria esse adiamento do sexo um certo horror frente ao desencontro da relação sexual? O prolongamento do namoro associado à perspectiva do casamento parece caminhar na direção contrária das relações descartáveis, de curto prazo e instantâneas que vemos acontecer a cada vibe da chamada modernidade.
Ana Claudia lembra que amar é uma habilidade que encontra variações na cultura, nos padrões sociais e nas invenções humanas. E diz que é no mínimo curioso esse retorno ao namoro casto.
- Que promessa carregaria tal conduta? A garantia? O sucesso do encontro? Na busca pelo amor de um homem há um grande investimento da mulher, como se ela fosse encontrar algo de muito valor ao ser amada por aquele que acredita ter alguma coisa a lhe dar. O que pedem as mulheres com as suas demandas? Esta seria uma nova roupagem dos seus inúmeros pedidos? Homens querem sexo e a mulher quer amor. Essa máxima, como qualquer generalização pode ser encobridora e perniciosa – analisa Claudia, lembrando que, assim como o amor, a mulher não se deixa decifrar totalmente.
A bela dentista Fernanda Santos Oliveira, 29 anos, também optou pela castidade. Virgem até hoje, ela diz que não tem vergonha e nem esconde de ninguém sua opção.
- Mas não ando por aí falando sobre isso, vida sexual é coisa íntima. Meus amigos sabem e respeitam, assim como eu respeito a opção deles de ter vários parceiros. Sei que não é fácil, estudei na faculdade de medicina, com muitas festas e gente bonita. É claro que existe tesão e desejo, mas nunca mudei de ideia.
E se alguém lhe pergunta o que ela fará se depois do casamento o sexo não for bom, ela responde.
- Como nunca experimentei, não tenho parâmetros para dizer o que é bom. Nem meu futuro marido, que também fez essa opção. Por isso, sempre seremos únicos e especiais um para o outro, ninguém vai ficar comparando nada.
Livia Garcia Roza, psicanalista e escritora, acha que hoje a exigência de fazer sexo apenas depois do casamento “só pode partir de uma exigência religiosa, sobretudo dos evangélicos fundamentalistas, já que o desejo não tem data certa.” Maria Cristina, de 32 anos, discorda. Diz que casou virgem por opção pessoal.
- Minhas avós, minha mãe e minhas tias casaram virgens, assim tomei a decisão de me manter pura até o casamento. Sempre achei bonita a ideia de encontrar uma pessoa que tivesse uma relação onde o amor fosse muito além do desejo. Para mim, o casamento representa essa relação de amor com honestidade, fidelidade, cumplicidade e exclusividade.
Para Maria Cristina, só o fato de estar dentro de uma igreja não significa que uma pessoa vá se casar virgem.
- Tenho amigas e pessoas ligadas a igrejas que não se casaram virgens. Acho que cada um de nós toma a sua decisão e ela deve ser respeitada. Mas no mundo em que vivemos, com grande apelo sexual, casar virgem é diferente. É quase impossível para uma pessoa colocar sua opinião sobre namoro casto sem ser atacada. O assunto vira motivo de deboche. Por isso não gosto de discutir minha decisão em público.
E conta que, depois de dois anos de casada, tem certeza que tomou o caminho certo:
- Eu e meu marido vivemos a relação que sempre desejamos, estamos nos descobrindo a cada dia.
Bonita, assediada, a modelo e estudante de jornalismo Aiana Soares Santos do Nascimento, 23 anos, Miss Estado do Rio 2007, não pensa em mudar de ideia.
- Sempre fui firme nesse meu propósito, sei que os frutos que eu vou colher serão muito melhores do que um prazer momentâneo. A maioria dos meus amigos lida bem com o meu posicionamento mas reconheço que alguns ainda se impressionam, mas isso não me abala.
É possível levar uma vida serena dispensando o sexo? A recepcionista Rosangela Maria diz que sim.
- Fui uma mulher de muitos parceiros, mas parei. Não sou religiosa, mas tenho amigas que são, e sinto que elas ficaram muito mais felizes depois que decidiram guardar seu corpo para alguém que tenha amor de verdade – explica Rosangela, que não faz sexo há cinco anos.
Lembrando que a castidade sempre foi considerada sinônimo de santidade, o escritor e psicanalista Carlos Eduardo Leal diz que a santa sabedoria dos clérigos, padres e pastores disso muito se aproveita para angariar fieis mas que, no entanto, a fidelidade a Deus sempre teve um preço muito alto a pagar.
E cita Freud, que afirmava que a punição espera pelo desobediente, dando como exemplo na História, o casal Abelardo e Heloisa, entre tantos outros que sentiram o peso da desobediência.
- Mas, e hoje? Por que a virgindade até ao altar voltou a ser tão propalada entre as meninas? A Igreja Católica sempre fechou os olhos para muitas coisas, inclusive, todos sabemos, para os padres, seus “meninos” e as freiras. No refúgio do claustro, muitas aventuras acontecem. Já os evangélicos subiram o tom do radicalismo e, em nome de Jesus, fazem do corpo um lugar sagrado para um único homem. Porém, o tabu da virgindade nunca conseguiu evitar o calor das pulsões no corpo ardente dos hormônios em ebulição dos jovens. Temor e tremor parecem continuar funcionando, mas em alguns casos só na aparência ou apenas na última fronteira a ser cruzada, rompida.
Para Leal, o valor simbólico do hímen continua sendo muito alto: ato consagrado a Deus.
- Mas em todo caso, como não é preciso mais colocar um lençol branco manchado de sangue nas janelas, nunca se sabe o que ocorre por debaixo dos panos. Tem gente que, ao contrário do ditado, põe a sua mão no fogo e adora. Mas, isso é segredo.

Extremistas religiosos atacam Igreja Universal, tentam matar pastor e destroem templo no Senegal

Extremistas religiosos atacam Igreja Universal, tentam matar pastor e destroem templo no SenegalEram dez e meia da manhã, horário local, da última sexta-feira (18) quando um grupo de jovens muçulmanos invadiu a Igreja Universal de um dos distritos de Dakar, Keur Massar, no Senegal-país africano-, com pedras, paus, facas, martelos e machados. Pelo menos três pessoas ficaram feridas e tudo foi destruído em poucos minutos (foto acima).
De acordo com relatos de obreiros e membros da IURD, o povo se encontrava no templo para a oração de busca ao Espírito Santo, quando mais de 100 jovens cercaram a Igreja perguntando pelo pastor. Eles jogavam pedras e garrafas no interior da Igreja, quebrando tudo o que ali estava: cadeiras, lâmpadas, armários e eletrodomésticos. Os banheiros e as instalações elétricas foram danificados e até a Bíblia foi rasgada (foto abaixo). O pastor teve de ser socorrido por um membro, pois as roupas dele foram levadas, ficando apenas com a roupa do corpo.
Os agressores foram detidos, e segundo informações da polícia local, o atentado foi premeditado por um responsável de uma mesquita próxima à IURD. O motivo do ataque se deu ao fato da esposa do líder do bairro estar frequentando a Igreja. Este é o terceiro atentado em uma Igreja Universal. O primeiro ataque ocorreu em setembro do ano passado. Na época, um grupo de cerca de 200 jovens entrou no local, ao término da reunião, arrancaram todas as cadeiras e atearam fogo nelas do lado de fora do templo.
O Senegal é um país cuja população é de maioria muçulmana, (95%) e apesar de ser um estado laico, as concepções da religião são vivamente impostas aos jovens desde o nascimento.

O trabalho não para

As constantes perseguições e os ataques não diminuem o fluxo de trabalho da IURD do Senegal, que segue firme e forte no trabalho de propagar o Evangelho do Senhor Jesus. Muitos são os mulçumanos que têm tido a vida transformada pelo poder da fé.
O bispo Luís Valente, responsável pelo trabalho da IURD no país, afirma que ninguém pode parar a Igreja de Jesus Cristo. Segundo ele, no Senegal, pode-se falar o nome de qualquer pessoa, mas se mencionarmos o nome de Jesus é como se estivermos cometendo um crime. “Não importa o que teremos de passar pelo nome de Jesus, estamos vivendo os últimos tempos, por isso, vamos arrebentar!”, finalizou o bispo.

Fiéis morrem em inauguração de novo templo da Igreja Universal com o Bispo Edir Macedo

Fiéis morrem em inauguração de novo templo da Igreja Universal com o Bispo Edir Macedo
Durante a inauguração do templo principal da Igreja Universal em Maputo, Moçambique, celebrado pelo Bispo Edir Macedo duas pessoas morreram pisoteadas em tumulto na entrada do culto e outras três ficaram feridas.
A inauguração do “Cenáculo da Fé” aconteceu no último domingo (13), e contou com cerca de dez mil pessoas, mas a capacidade do templo é de apenas três mil fiéis. Segundo informações da Agência Lusa, os fiéis disputavam lugares no tumulto e acabavam caindo. “Eles morreram por asfixia. As pessoas foram empurradas e caíram quando lutavam na tentativa de entrar na igreja e não conseguiram resistir”, afirmou Orlando Mudumane, porta-voz do Comando da Polícia na cidade de Maputo.
A inauguração estava prevista para as 10h, porém, teve que ocorrer depois. Apesar das fatalidades, o Bispo Edir Macedo realizou sua pregação normalmente.
O Centro de Ajuda Espiritual informou no dia 7, em seu site, que os fiéis aguardavam ansiosamente a inauguração do Cenáculo da Fé, que em Moçambique, é o primeiro.
A Igreja Universal ainda não se pronunciou sobre a morte dos dois fiéis.

Pastor brasileiro no Japão revela detalhes e bastidores do pós terremotos e tsunami no país

Pastor brasileiro no Japão revela detalhes e bastidores do pós terremotos e tsunami no país
A reportagem conversou com o pastor Victor Pinheiro, da Comunidade Evangélica Vida Abundante, no Japão.
Nascido no Brasil, Pinheiro estudou jornalismo nos EUA e atualmente prega em Nihon, cidade próxima as mais atingidas pelo terremoto. Segundo ele, voluntários tem colhido doações de alimentos, materiais de higiene e roupas dentro do Templo. “Todos os lugares para arrecadação são voluntários, como igrejas e pontos na comunidade brasileira. As prefeituras e outras entidades governamentais não estão recebendo nenhum donativo a não ser recursos financeiros, ou seja, dinheiro para compra de alimentos” relata. Entre os maiores obstáculos, escassez, falta de recursos para locomoção até as áreas atingidas e, claro, o medo foram citados. Confira na íntegra:
Como foi à mobilização após o primeiro terremoto. Ninguém esperava um tremor tão forte, como as pessoas, autoridades, governos, igrejas se mobilizaram nesse primeiro momento?
- Tivemos um terremoto aqui em Agosto de 2009 que foi muito pior, mas curto, esse foi 35 segundos de acordo com as autoridades e pareceu uma eternidade, mas não foi muito forte aqui na nossa região. A primeira mobilização não foi uma mobilização e sim um choque de ver as cenas pela televisão e realmente não saber o que fazer.
O que piorou com o 2º tremor?
- No Japão a comunidade já está acostumada com os chamados “after-shocks” e o trabalho começou de evacuação da área.
Como está sendo feito o trabalho de arrecadação? O que exatamente é arrecadado e quais os lugares específicos para as doações?
- O trabalho é voluntário e estamos contando com a ajuda dos membros da igreja como ponto de informação para o resto da comunidade brasileira, também trabalhamos com outras igrejas amigas para movimentar e arrecadar o maior número possível de itens. Estamos recebendo muitas roupas de frio, agasalhos e cobertores, que são a maior necessidade do momento devido ao frio na região. Também estamos recebendo alimentos não perecíveis e fraldas descartáveis para adultos e crianças, além de água e alimentos instantâneos que não precisam ser levados ao fogo ou cozinhados. Todos os lugares para arrecadação são voluntários, como igrejas e pontos na comunidade brasileira. As prefeituras e outras entidades governamentais não estão recebendo nenhum donativo a não serem recursos financeiros, ou seja, dinheiro para compra de alimentos.
Existem pessoas abrigadas na igreja? O senhor acredita que esse número vai aumentar?
- Não existem no momento, porque não estamos exatamente na área afetada, mas estamos dispostos a receber pessoas se assim for necessário.
Quais são as maiores dificuldades e preocupações nesse momento?
- A maior dificuldade no momento é chegar à localidade. Não existem rodovias abertas e disponíveis para isso, as estradas estão interditadas e o único acesso é por estradas paralelas que são de difícil acesso. O outro problema é que os tremores continuam na área e as pessoas temem por outro tsunami, mas as autoridades a pouco descartaram essa hipótese. E a última preocupação é a usina nucelar, devido a estar em risco de contaminação ainda.
Como tem sido o acesso de vocês à informações? Como a mídia japonesa tem noticiado os acontecimentos?
- O acesso tem sido excelente devido à televisão japonesa estar transmitindo as informações em vários idiomas 24 horas, inclusive em português. E temos informações vindas da embaixada de Tókio e o consulado brasileiro via twitter. Conseguimos comunicação com as prefeituras locais também.
Qual a ação dos grupos evangélicos? Como tem sido a comunicação entres esses grupos e quais as principais ações?
- As igrejas na nossa região estão se unindo com o mesmo propósito de arrecadação de donativos e informação para chegarmos ao local. Nesse momento estamos aqui na igreja é 1h da manhã (13 horas aqui no horário de Brasília) esperando cinco caminhões que virão buscar os alimentos. Varias igrejas de varias denominações entraram em contato e deixaram donativos aqui conosco e nós também iremos levar donativos a outra igreja até sexta-feira, 18, para uma próxima leva de donativos ao local. A principal ação é arrecadar donativos somente, devido à dificuldade de acesso ao local.
Existem equipes de evangelismo trabalhando?
- Nesse momento estamos restritos as nossas localidades devido à falta de acesso e permissão. Estamos enviando panfletos entre os donativos e esperamos uma entrega em mãos desses panfletos na entrega desses alimentos.
Qual a importância do cristianismo nessa hora?
- A importância do Cristianismo nessa hora é única: Solidariedade. Temos que ser os braços e as pernas de Jesus, deixando de lado qualquer hipótese de definir a tragédia com teologias e “achometros” que não levam nenhuma comida a boca de ninguém. Oramos durante o acontecimento e clamamos a Deus por misericórdia e agora é hora de agir, por isso estamos aqui incansáveis até ver esses donativos chegarem até essas pessoas, pois isso também é reino de Deus.
Na noite de domingo, 13, aqui no Brasil tivemos a informação de que um reator da usina nuclear de Fukushima explodiu. O que realmente aconteceu e quais as últimas notícias em relação a essa explosão? O que o governo tem passado a vocês em relação a isso?
- Realmente tivemos essa informação, mas o que a televisão japonesa está passando é bem diferente do que tenho ouvido no Brasil e no CNN. O governo disse a pouco tempo que a situação está sob controle e que o núcleo não foi afetado. O porta-voz disse: O edifício do reator explodiu, mas o recinto de segurança não foi danificado. A sala de controle do reator 3 continua operacional”
Qual a situação atual? Quais os riscos apresentados?
- Yukio Edano, porta-voz do governo, disse que o trabalho feito para resfriar o reator (que consiste em bombear água do mar para o reator) pode estabilizar a situação, e que o nível de radiação da central nuclear, que fica a 250 quilômetros de Tóquio, é tolerável para humanos.
Quais trabalhos estão sendo feitos para evitar as conseqüências possíveis após essa explosão e risco de novos tremores?
- Bom sobre a usina não tenho muita informação, mas o que estamos tentando fazer aqui do nosso lado é arrecadar o máximo de donativos possíveis para que quando o acesso for permitido estaremos dispostos a ir como voluntários ao local para fazer a entrega e também se preciso erguer as mangas e ajudar na reconstrução da cidade.
Fonte: Creio

Igreja evangélica para gays avança e inaugura mais um novo templo

Igreja evangélica para gays avança e inaugura mais um novo templo
Eles começaram com o sonho de que sua religião aceitasse o amor gay. Contra todos os preconceitos, fundaram, em 2006, a Igreja Cristã Contemporânea. A denominação se expandiu e já conta com quatro templos: Lapa, Campo Grande, Nova Iguaçu e Belo Horizonte. Agora, os fieis se preparam para uma nova expansão. Neste sábado, às 19h30m, haverá celebração para inaugurar nova sede na Rua Carvalho de Souza, em Madureira. Em abril, as portas de novas igrejas em Niterói e Duque de Caxias estarão abertas.
Casados, os fundadores, os pastores Marcos Gladstone e Fábio Inacio explicam que o crescimento da Igreja Cristã Contemporânea é impulsionado pelo preconceito, que expulsa os fieis gays, lésbicas, travestis e transexuais das igrejas.
— Temos hoje mais de mil integrantes. Já celebramos uns 50 casamentos e muitos batizados, uns 500. As pessoas chegam muito sofridas, sem planos, sem futuro. Elas não se dão valor, têm autoestima muito baixa. Eles não acreditam que é possível se casar, amar e ser amado — explica o Pastor Marcos:
— A nossa resposta ao preconceito é abrir igrejas inclusivas mostrando que pessoas podem ser aceitas e felizes.
Fonte: Extra

Polêmica da Maçonaria entra nas igrejas evangélicas. Maçom revela haver muitos batistas e presbiterianos nas reuniões

Polêmica da Maçonaria entra nas igrejas evangélicas. Maçom revela haver muitos batistas e presbiterianos nas reuniões
Em matéria realizada pela revista Cristianismo Hoje, a polêmica dos maçons evangélicas fica cada vez mais evidente. Muitos já veem como algo comum no meio e creem que não há problemas ou divergências dentre as duas crenças, visto que muito do que é dito sobre a Ordem Maçonica seria mentira. Abaixo você confere a matéria completa da revista:
Ela costuma causar nos crentes um misto de espanto e rejeição. Pudera – com origens que se perdem nos séculos e um conjunto de ritos que misturam elementos ocultos, boa dose de mistério e uma espécie de panaceia religiosa que faz da figura de Deus um mero arquiteto do universo, a maçonaria é normalmente repudiada pelos evangélicos. Contudo, é impossível negar que a história maçônica caminha de mãos dadas com a do protestantismo. Os redatores do primeiro estatuto da entidade foram o pastor presbiteriano James Anderson, em Londres, na Inglaterra, em 1723, e Jean Desaguliers, um cristão francês. Devido às suas crenças, eles naturalmente introduziram princípios religiosos na nova organização, principalmente devido ao fim a que ela se destinava: a filantropia. O movimento rapidamente encontrou espaço para crescer em nações de tradição protestante, como o Reino Unido e a Alemanha, e mais tarde nos Estados Unidos, com a colonização britânica. Essa relação, contudo, jamais foi escancarada. Muito pelo contrário – para a maior parte dos evangélicos, a maçonaria é vista como uma entidade esotérica, idólatra e carregada de simbologias pagãs.
Isso tem mudado nos últimos tempos. Devido a um movimento de abertura que atinge a maçonaria em todo o mundo, a instituição tem se tornado mais conhecida e perde, pouco a pouco, seu aspecto enigmático. Não-iniciados podem participar de suas reuniões e cada vez mais membros da irmandade assumem a filiação, deixando para trás antigos temores – nunca suficientemente comprovados, diga-se – que garantiam que os desertores pagavam a ousadia com a vida. A abertura traz à tona a uma antiga discussão: afinal, pode um crente ser maçom? Na intenção de manter fidelidade à irmandade que abraçaram, missionários, diáconos e até pastores ligados à maçonaria normalmente optam pelo silêncio. Só que crentes maçons estão fazendo questão de dar as caras, o que tem provocado rebuliço. A Primeira Igreja Batista de Niterói, uma das mais antigas do Estado do Rio de Janeiro, vive uma crise interna por conta da presença de maçons em sua liderança. A congregação já estuda até uma mudança em seus estatutos, proibindo que membros da sociedade ocupem qualquer cargo eclesiástico.
Procurada pela reportagem, a Direção da congregação preferiu não comentar o assunto, alegando questões internas. Contudo, vários dos oficiais da igreja são maçons há décadas: “Sou diácono desta igreja há 28 anos e maçom há mais de trinta. Não vejo nenhuma contradição nisso”, diz o policial rodoviário aposentado Adilair Lopes da Silveira, de 58 anos, mestre da Loja Maçônica Silva Jardim, no município de mesmo nome, a 180 quilômetros da capital fluminense. Adilair afirma que há maçons nas igrejas evangélicas de todo Brasil, dezenas deles entre os membros de sua própria congregação e dezesseis entre os 54 membros da loja que frequenta: “Por tradição, a maioria deles é ligada às igrejas Batista ou Presbiteriana. Essas são as duas denominações em que há mais a presença histórica maçônica”, informa.
Um dos poucos crentes maçons que se dispuseram a ser identificados entre os 17 procurados pela reportagem, o ex-policial acredita que a sociedade em geral, e os religiosos em particular, nada têm a perder se deixarem “imagens distorcidas” acerca da instituição de lado. “Há preconceito por que há desconhecimento. Alguns maçons, que queriam criar uma aura de ocultismo sobre eles no passado, acabaram forjando essa coisa de mistério”, avalia. “Já ouvi até histórias de que lidamos com bodes ou imagens de animais. Isso não acontece”, garante. Segundo Adilair, o único mistério que existe de fato diz respeito a determinados toques de mão, palavras e sinais com os quais os maçons se identificam entre si – mas, segundo ele, tudo não passa de zelo pelas ricas tradições do movimento, que, segundo determinadas correntes maçônicas, remontam aos tempos do rei hebreu, Salomão. E, também, para relembrar tempos difíceis. “São práticas que remontam ao passado, já que nós, maçons, fomos muito perseguidos ao longo da história”.
Adilair adianta que não aceitaria uma mudança nos estatutos da igreja para banir maçons da sua liderança. Tanto, que ele e seus colegas de diaconato que pertencem ao grupo preparam-se para, se for o caso, ingressar na Justiça, o que poderia desencadear uma disputa que tende a expor as duas partes em demanda. Eles decidiram encaminhar uma cópia da proposta do regimento ao presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, desembargador Luiz Zveiter. “Haverá uma enxurrada de ações na Justiça se isso for adiante, não tenho dúvidas”, afirma o diácono. A polêmica em torno da adesão de evangélicos à maçonaria já provocou até racha numa das maiores denominações do país, a Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), no início do século passado (ver abaixo).
O pastor presbiteriano Wilson Ferreira de Souza Neto, de 43 anos, revela que já fez várias entrevistas com o intuito de ser aceito numa loja maçônica do município de Santo André, região metropolitana de São Paulo. O processo está em andamento e ele apenas aguarda reunir recursos para custear a taxa de adesão, importância que é usada na manutenção da loja e nas obras de filantropia: “Ainda não pude disponibilizar uma verba para a cerimônia de iniciação, que pode variar de R$ 1 mil a cinco mil reais e para a mensalidade. No meu caso, o que ainda impede o ingresso na maçonaria é uma questão financeira, e não ideológica” diz Wilson, que é mestre em ciências da religião pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e estuda o tema há mais de uma década.
“Pessoas próximas sabem que sou maçom e isso inclui vários membros de minha igreja”, continua o religioso. “Alguns já me questionaram sobre isso, mas após várias conversas nas quais eu os esclareci, tudo foi resolvido”. Na mesma linha vai outro colega de ministério que prefere não revelar o nome e que está na maçonaria há sete anos. “Tenho 26 anos de igreja, seis de pastorado e posso garantir que não há nenhuma incompatibilidade de ser maçom e professar a fé salvadora em Cristo Jesus nosso Senhor e Salvador”, afirma. Ele ocupa o posto de mestre em processo dos graus filosóficos e diz que foi indicado por um pastor amigo. “Só se pode entrar na maçonaria por indicação e, não raro, os pastores se indicam”. Para o pastor, boa parte da intolerância dos crentes em relação à maçonaria provém de informações equivocadas transmitidas por quem não conhece suficientemente o grupo.

“Sem caça às bruxas”

Procurados com insistência pela reportagem, os pastores Roberto Brasileiro e Ludgero Bonilha, respectivamente presidente e secretário-geral do Supremo Concílio da IPB, não retornaram os pedidos de entrevista para falar do envolvimento de pastores da denominação com a maçonaria. Mas o pastor e jornalista André Mello, atualmente à frente da Igreja Presbiteriana de Copacabana, no Rio, concordou em atender CRISTIANISMO HOJE em seu próprio nome. Segundo ele, o assunto é recorrente no seio da denominação. “O último Supremo Concílio decidiu que os maçons devem ser orientados, através do Espírito Santo, sem uso de coerção ou força, para que deixem a maçonaria”, conta Mello, referindo-se ao Documento CIV SC-IPB-2006, que trata do assunto. O texto, em determinado trecho, considera a maçonaria como uma religião de fato e diz que a divindade venerada ali, o Grande Arquiteto do Universo, é uma entidade “vaga”, sem identificação com o Deus soberano, triúno e único dos cristãos.
O pastor, que exerce ainda o cargo de secretário de Mocidade do Presbitério do Rio, lembra que, assim como as diferentes confissões evangélicas têm liturgias variadas e suas áreas de conflito, as lojas maçônicas não podem ser vistas em bloco – e, por isso mesmo, defende moderação no trato da questão. “Vejo algum exagero na perseguição aos maçons, pois estamos tratando de um problema de cem anos atrás, deixando de lado outros problemas reais da atualidade, como a maneira correta de lidar com o homossexualismo”. O pastor diz que há mais presbíteros do que pastores maçons – caso de seu pai, que era diácono e também ligado à associação. “Eu nunca fui maçom, mas descobri coisas curiosas, como por exemplo, o fato de haver líderes maçons de várias igrejas, inclusive daquelas que atacam mais violentamente a maçonaria. “Não acredito que promover caça às bruxas faça bem a nenhum grupo religioso”, encerra o ministro. “Melhor do que aprovar uma declaração contra alguém é procurá-lo, orar por ele, conversar, até ganhar um irmão.”
O presidente do Centro Apologética Cristão de Pesquisa (CACP), pastor João Flávio Martinez, por sua vez, não deixa de fazer sérios questionamentos à presença de evangélicos entre os maçons. “O fato é que, quando falamos em maçonaria, estamos falando de outra religião, que é totalmente diferente do cristianismo. Portanto, é um absurdo sequer admitir que as duas correntes possam andar juntas”. Lembrando que as origens do movimento estão ligadas às crenças misteriosas do passado, Martinez lembra o princípio bíblico de que não se pode seguir a dois senhores. “Estou convencido de que essa entidade contraria elementos básicos do cristianismo. Ela se faz uma religião à medida que adota ritos, símbolos e dogmas, emprestados, muitos deles, do judaísmo e do paganismo”, concorda o pastor batista Irland Pereira de Azevedo.
Aos 76 anos de idade e um dos nomes mais respeitados de denominação no país, Irland estuda o assunto há mais de três décadas e admite que vários pastores de sua geração têm ou já tiveram ligação com a maçonaria. Mas não tem dúvidas acerca de seu caráter espiritual: “Essa instituição contraria os mandamentos divinos ao denominar Deus como grande arquiteto, e não como Criador, conforme as Escrituras”. Embora considere a maçonaria uma entidade séria e com excelentes serviços prestados ao ser humano ao longo da história, ele a desqualifica do ponto de vista teológico e bíblico. “No meu ponto de vista, ela não deve merecer a lealdade de um verdadeiro cristão evangélico. Entendo que em Jesus Cristo e em sua Igreja tenho tudo de que preciso como pessoa: uma doutrina sólida, uma família solidária e razão para viver e servir. Não sou maçom porque minha lealdade a Jesus Cristo e sua igreja é indivisível, exclusiva e inegociável.”

Ligações perigosas

Crentes reunidos à porta de templo da IPI nos anos 1930: denominação surgiu por dissidência em relação à maçonaria.
As relações entre algumas denominações históricas e a maçonaria no Brasil são antigas. Os primeiros missionários americanos que chegaram ao país se estabeleceram em Santa Bárbara (SP), em 1871. Três anos depois, parte desses pioneiros, entre eles o pastor Robert Porter Thomas, fundou também a Loja Maçônica George Washington naquela cidade. O espaço abrigou, em 1880, a reunião de avaliação para aprovação ao ministério de Antônio Teixeira de Albuquerque, o primeiro pastor batista brasileiro. Tanto ele quanto o pastor que o consagrou eram maçons.
Quando o missionário americano Ashbel Green Simonton (1833-1867) chegou ao Brasil, em 12 de agosto de 1859, encontrou, na então província de São Paulo, cerca de 700 alemães protestantes. Sem ter onde reuni-los, Simonton – que mais tarde lançaria as bases da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) – aceitou a oferta de maçons locais que insistiram para que ele usasse sua loja, gratuitamente, para os trabalhos religiosos. A denominação, que abrigava diversos maçons, sofreu uma cisão em 31 de julho de 1903. Um grupo de sete pastores e 11 presbíteros entrou em conflito com o Sínodo da IPB porque a denominação não se opunha a que seus membros e ministros fossem maçons. Foi então fundada a Igreja Presbiteriana Independente do Brasil (IPI).
Ultimamente, a IPB vem reiteradamente confirmando a decisão de impedir que maçons exerçam não só o pastorado, como também cargos eclesiásticos como presbíteros e diáconos. As últimas resoluções do Supremo Concílio sobre o assunto mostram o quanto a maçonaria incomoda a denominação. Na última reunião, ficou estabelecida a incompatibilidade entre algumas doutrinas maçons e a fé cristã. Ficou proibida a aceitação como membros à comunhão da igreja de pessoas oriundas da maçonaria “sem que antes renunciem à confraria” e a eleição, ao oficialato, de candidatos ainda ligados àquela entidade.

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